O que é Esclerose Múltipla?

• Trata-se de uma doença de evolução imprevisível quando estamos no momento do diagnóstico, acometendo pessoas de forma benigna, pouco ou mais incapacitante, de forma muito variável entre os acometidos. Como o comprometimento se dá exclusivamente no sistema nervoso central (SNC), não há qualquer comprometimento tanto das estruturas do sistema nervoso periférico (músculos, nervos do corpo e junção entre nervos e músculos), quanto de outros órgãos (coração, pulmões, rins, pele, etc). Variar de muitas maneiras - evolução; tipo de sintomas, mesmo em cada um dos pacientes e mais ainda, de forma comparativa, entre pacientes diferentes; gravidade dos acometimentos, resposta aos vários tratamentos disponíveis e muito mais – esta parece ser a característica mais marcante dessa doença... Variar! Assim, então, os sintomas podem variar e muito: dificuldade para caminhar, alterações da sensibilidade da pele de partes distintas do corpo, alterações visuais, desequilíbrio, alterações de fala, tonturas persistentes por dias, são algumas das possibilidades mais comuns. Muitos pacientes se queixam de fadiga, que não é sinônimo de cansaço, é mais limitante das atividades diárias. Outros se queixam de alterações moderadas de funções cognitivas, por exemplo, ficam mais lentos para executar as mesmas tarefas que estavam acostumados no dia-a-dia. Comumente, os pacientes ficam muito ansiosos e até depressivos, principalmente e mais ainda quando, totalmente mal informados, confundem o termo Esclerose Múltipla” com o que chamamos hoje de demência, muitas vezes pelo que antigamente se dizia, de forma pejorativa, de pessoas com idade e que estariam “esclerosadas”...Muito diferente disso, a Esclerose Múltipla se manifesta no início deforma preferencial nos adultos jovens, geralmente entre 20 e 40 anos de idade.

• Trata-se de uma doença com acometimento única e exclusivamete do SNC e com dupla característica: 1) Inflamatória, autoimune, pelo resultado de atividade equivocada do próprio sistema imunológico da pessoa (aquele que nos protege de infecções ou até mesmo de câncer, por exemplo) contra o sistema nervoso central; e 2) Degenerativa, sobre o que mesmo pesquisadores extremamente dedicados ao estudo essa doença, conhecem pouco.

• Trata-se de uma doença cujo conhecimento médico aumentou muito nos últimos anos e por isso mesmo, para a qual há diversos tratamentos diferentes a disposição, tanto para aquelas pessoas recém-diagnosticadas quanto para as que já foram diagnosticadas há mais tempo. Por isso mesmo, hoje em dia, vivemos um momento histórico no tratamento dessas pessoas e a comunidade neurológica está muito feliz e motivada para isso.

• Trata-se de uma doença que pode ser facilmente diagnosticada por um neurologista experiente logo na sua primeira manifestação, ou esse mesmo neurologista pode demorar vários anos para ter certeza do diagnóstico! Isso por que costumam ocorrer “surtos” da doença, isso é, eventos que podem durar entre alguns poucos dias até mesmo meses, quando há alterações neurológicas que podem ser muito discretas, pouco valorizadas pela pessoa e que geralmente se resolvem espontaneamente! Esses surtos variam de tipo (sensitivo, motor, visual, etc) no próprio paciente, que assim não correlaciona um surto da doená com o que ocorre depois e memso porque os surtos podem recorrer após vários anos de intervalo entre eles. Nesse período o paciente não sente absolutamente nada!

 

Existe tratamento específico?

Sim! E vários!

Veja alguns nomes de medicamentos a disposição no SUS (fornecimento gratuito) para todo e qualquer paciente do nosso país que for adequadamente diagnosticado e acompanhado: Beta Interferonas (3 produtos diferentes); Acetato de Glatirâmer; Natalizumabe; Fingolimode.

Veja alguns nomes de medicamentos já aprovados pela ANVISA, que podem ser prescritos pelos médicos brasileiros e que aguardam disponibilização gratuita pelo SUS, esperamos que para muito em breve: Alentuzumabe e Teriflunomida.

Veja outros medicamentos que são utilizados também e que muito proximamente devem estar a nossa disposição, de maneira mais rotineira: Daclizumabe, Rituximabe, Dimetil Fumarato.

 

E outros tratamentos?

Sim! Sintomáticos, ou seja tratamentos dirigidos às queixas dos pacientes, de qualquer natureza, quando utilizamos um número muito grande de opções farmacológicas compatíveis com aquilo que almejamos. Alé de fármacos, não podemos deixar de destacar a imensa importância de outras categorias profissionais, tanto de especialista médicos (Urologistas, Fisiatras, Psiquiatras, por exemplo), quanto de outras profissões (Fisioterapeutas, Fonoaudiólogos, Psicólogos, Enfermeiros, Educadores Físicos, por exemplo).

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